De início tinha a impressão que a viagem de trem ia ser
muito maneira, iríamos passar a noite inteira e acordar em Praga prontos para
conhecer a cidade. Porém a viagem foi muito cansativa, apesar de economizarmos
não gastando mais uma diária em hostels ficamos muito cansados por dormir em
uma posição desconfortável por um longo tempo.
Logo quando chegamos na capital da República Tcheca ainda
era muito cedo, esperamos um tempo na estação de trem e fomos em direção ao
hostel, esperando que eles nos deixassem fazer o check-in para descansar um
pouco. O hostel se chamava Downtown e era realmente muito bom, somente gerido
por pessoas jovens, possui um ambiente bastante agradável e muito bem
localizado no centro da cidade (para quem não manja os paranauê do inglês
Downtown já significa centro, kkk).
Descansamos por toda a manhã e a tarde saímos para conhecer
a cidade. De uma forma geral o centro histórico é bem pequeno, grande parte dos
monumentos a serem conhecidos estão bem próximos um dos outros. A cidade se
assemelha a uma cidade histórica mineira, poderia ser Ouro Preto por exemplo.
De início fomos a praça central e visualizamos os principais marcos da cidade,
posteriormente conheceríamos melhor sobre toda a riqueza histórica daquele
lugar.
Durante a tarde continuamos andando pela cidade e fomos até
a ponte mais famosa, chamada Charles Bridge, atravessamos até o outro lado e
retornamos em direção a Cidade Velha. Enquanto passeávamos pelas ruas
encontramos primeiro nosso amigo que foi nosso guia em Viena, Marcos Paulo,
também andando por ali. Logo em seguida encontrei também o João Pedro (meu
amigo da melhor cidade de Minas como já sabem, kkk). Encontrar alguém de Betim
no outro lado do mundo não é qualquer dia (por isso que eu falo que os
betinenses vão dominar o mundo, haha).
Até que não é muito surpreendente encontrar algum brasileiro
em Praga não. A cidade é definitivamente um ovo e brasileiro em Praga estava
igual praga (desculpa pelo trocadilho, kkkkkkk). Nunca vi, foi o país com maior percentual de brasileiros por metro quadrado que eu já vi. O que eu mais
gostava de fazer era quando eu percebia que tinha algum brasileiro perto de nós
sem eles saberem que eu era brasileiro, eu começava a falar qualquer coisa para
o Marcelo só para perceber a cara deles de surpresa de ver alguém falando
português, haha.

No outro dia pela manhã fomos para o Castelo de Praga, para
falar a verdade dava para conhecer tudo em um só dia, mas não queríamos ficar o
segundo dia sem nada para fazer. O castelo é interessante mas nada tão
impressionante, o Buda’s Castle continua sendo meu favorito (e olha que eu não
tenho muitas coisas favoritas, LOL).
Em seguida retornamos para o centro da cidade e quando
pensamos que não tínhamos mais nada para fazer fomos descansar um pouco na
praça. Eu estava meio distraído e fui chamado a atenção por um grupo de
crianças que estavam adorando bolhas de sabão gigantes que uma mulher estava
fazendo, quando fui tirar uma foto me deparo com um cara de 3 metros de altura
também tirando uma foto, era meu colega o Marcelo, era impossível de não
reparar ele, kkk. Ele nos disse que iria acompanhar uma visita guiada gratuita
pela cidade e é claro que animei ir também.
O guia era um cara super gente boa que parecia amar seu país
e toda a cultura inserida nele. Ele falava eloquentemente e expressava todo seu
conhecimento ao passar pelos lugares conhecidos. O relógio astronômico no
centro da cidade e todas as suas funcionalidades, o bairro e o cemitério
judaico, assim como os teatros e as óperas ficaram muito mais interessantes
após a explicação dele. Se tem uma coisa que eu aprendi é que os tchecos são
péssimos para nomear as coisas (grande partes das coisas tem o nome de um
antigo rei chamado Charles, até o ponto de uma sinagoga se chamar a Nova Antiga
Sinagoga, kkk), eles são mestres na defenestração (quem não sabe o que é isso é
só pesquisar sobre o caso da família Nardoni) e que o Mick Jagger pagou toda a
iluminação do Castelo de Praga com os direitos da música Satisfaction.
No final da visita guiada fomos em um pub e eu animei tomar
uma cerveja no país que mais consome cerveja por habitante no mundo, para mim
continuou sendo o mesmo gosto de B*&%TA de sempre, hahaha. Ao retornamos para
o hostel para pegarmos nossas mochilas, mais uma coisa inesperada aconteceu,
não é que o Marcelo reconheceu na rua um brasileiro, Réne, que apresentou “O Mundo
Segundo os Brasileiros” daquela cidade. O cara também não era difícil de ser
reconhecido, mas comprovou minha teoria que brasileiro nessa cidade é igual
praga.
Por fim pegamos um trem em direção a Polônia e deixamos
aquela cidade em que aprendemos que deve-se respeitar Absinto (não que eu tenha
bebido demais, só experimentei e é realmente cabuloso, kkk).
José Lucas